Enquanto isso, numa delegacia de polícia… (parte 3)

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Chapaulinho Querelado mostra seu espanto e alegria com a chegada da testemunha-chave:

– Rá, mas você chegou em boa hora, SixMillion! E rápido, hein?

– Pois é, minha mulher estava cozinhando e captou um zunzunzum envolvendo o seu nome e me avisou. Aquela mulher é fogo, escuta tudo a quilômetros de distância! Nem posso falar mal dela, rar, rar, rar! Aí foi só dar aquela minha trotadinha básica (pisca para o Chapaulinho) e tamo na área, champs! O que tá pegando aí, doutor?

– Senhor SixMillion, qual o seu envolvimento com o caso?

– Well, eu me encontrei com Mr. Araponga ali perto da Associação Comercial, ele disse que tinha uma encomenda pra entregar ao Chapaulinho. Como foi a primeira vez que o Chapaulinho RECEBEU uma encomenda na vida (o normal é ele entregar, né?), se sentiu um tanto inseguro e pediu para que eu fosse.  Além disso, ele não conseguiria achar o Araponga no meio da multidão, coisa que meu olho biônico equipado com mira laser faz com maestria, of course!

– E o que o Araponga te deu para entregar ao “periodista”?

– Um celular vagabundo comprado nos receptadores da Pça. da Sé, um chip, um gravador xing-ling e vinte conto pra botar crédito no chip. Ah, e uma nota fiscal fajuta do aparelho, pra pedir o reembolso ao departamento de contabilidade do MSM.

– E o que o Araponga pretendia com esse, digamos, aparato tecnológico todo, SixMillion?

– Well, o combinado era o seguinte: ele ligava pro Chapaulinho avisando que ia ligar; nesse meio-tempo, o periodista conectava um gravador no aparelho, o Mr. Araponga conectava outro e eles simulavam uma conversa comprometedora. Aí Mr. Araponga pegava a gravação dele e levava pra Mr. Via Dutra e recebia o money! Perfect plan! Mas os bad boys da “organização” não contariam com a astúcia de Chapaulinho Querelado, que teria OUTRA CÓPIA!! Tipo Spy x Spy, got it, sir?

– Tá, SixMillion, entendi (abaixa a cabeça, desconsolado). Sr. “periodista”, agora explica aqui pro delegado: se a conversa entre você e o Araponga aí era COMBINADA e SIMULADA, onde está a perseguição, catzo?

– Ora, ora, ora, é SEMPRE ASSIM com a vassalagem corrompida! Não vêem “nada de mais” (hunf!) quando a ameaça ESTÁ NA CARA de qualquer um! Quer que eu desenhe, Sr. ASN…ops, Delegado?

– Quero sim, espertalhão. Desenha aí, vai!

– Então, Dr., acompanhe o raciocínio de um criminoso: 1) Taxinha morre de medo de minhas denúncias; 2) Taxinha contrata um araponga; 3) EU (Rá!) descubro o Araponga; 4) Taxinha foge do Araponga, vendo que destruí mais um plano maléfico dele; 5) Araponga fica revoltado porque tomou um chapéu do Taxinha; 6) Araponga se arrepende e vem para o nosso lado; 7) Taxinha continua solto e tentará outro plano maléfico. ENTENDEU?

– Aiaiai… Tá, rapaz. Você quer representar contra esse tal Taxinha por TENTATIVA DE AMEAÇA? Difícil, hein?

– Não, Dr.! Quero denunciá-lo por… por… errr… qual é o crime que dá a pena maior, hein? Um bonzão, que jogue ele na cadeia assim, tipo direto? Prova é o que não me falta, Doutor! São anos de investigação contra a “organização”! Tenho prova para qualquer crime deles!

– Olha, rapaz, a tua sorte é que o plantão tá bem sossegado hoje e eu tô de ótimo humor, senão você é que ia pra cadeia direto, viu?

– O Sr. diz isso, Doutor, porque ainda não viu AS PROVAS que eu trouxe! E tem muito mais contra ele, pena que o notibuque positivo não coube na mochila! Eu e Mr. Google somos imbatíveis na caça aos vassalos do poder corrompido e “organizações” nacionais, internacionais, multinacionais e transnacionais. Rá!

– Tá, tá, tá, TÁÁÁÁÁ!!! mostra logo essa tralha aí!

– Palma, palma, não priemos cânico! Ei-las!

Provas irrefutáveis! Será o fim de Taxinha e sua "organização"?

(continua no próximo capítulo…)